Joaquim nasceu católico, cresceu católico e é um adulto católico. Tem plena consciência que a sua prática religiosa é na medida certa. Sem exageros e sem radicalismo, mas com fé e determinação. Sobretudo crença e solidariedade.
É uma pessoa pouco simpatizante de alguns rituais e celebrações. A sua fé está no diálogo com a Mãe, o Pai, o Filho e o Espírito Santo de um modo que consiga evitar as orações decoradas, que por assim serem desconcentram a um leve barulho de passos.
Joaquim tem fé ardorosa por Nossa Senhora Aparecida. Foi numa paróquia com o nome da santa que ele cresceu e aprendeu as primeiras lições sobre a fé. Ali Joaquim repartiu momentos com pessoas de diferentes classes sociais e cultura. A paróquia ficava num bairro misto, com pessoas mais abastecidas em algumas regiões e família em situação mais precária em outras.
Foi assim que Joaquim se fez homem e aprendeu, principalmente, a ser solidário. Um dia ele se desempregou e recorreu, como sempre fazia, a Nossa Senhora Aparecida. E como também sempre fazia, em momentos de desespero brigou educadamente com sua Maezinha.
Uma dia Joaquim encontrou um emprego, meses após travar batalhas diárias e sem sucesso por uma vaga. O primeiro agradecimento, ali na rua segundos após receber a notícia de um emprego, foi para Nossa Senhora Aparecida.
Em casa ajoelhou diante da imagem da Maezinha e a viu com um sorriso no rosto. Um sorriso de alegria por ver um filho feliz.
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